18/05/2011

A Platéia

Época escolar. Pense no garoto popular que se tornou conhecido pela intimidação. Por desconhecer a noção do que é certo ou errado (propositalmente). Por reunir discípulos e, assim, fundar a tão invejada “rodinha dos descolados”. Por comandar insultos generalizados e propagar gargalhadas. Por, todos os dias, humilhar o “diferente”. Por chamar o gordinho de “baleia”. O magrinho de “bambu”. O tímido de “abobado”. A menina de “burra”. O menino de “viado”. Enfim. Relembre.

Ele era invejado. Os garotos cobiçavam o seu status e o copiavam. As garotas o desejavam. Todos almejavam a sua aprovação.

Ele era o comediante da turma. O descolado. O engraçado. As gargalhadas ecoavam ao seu redor. O piadista. O corajoso. O destemido sem “papas na língua”. 

Por algum motivo, esses garotos são exemplo de sucesso para vários outros garotos e, certamente, os psicólogos conseguem explicar tal fenômeno.  É a mesma explicação utilizada para compreendermos o sucesso de Rafinha Bastos e companheiros, acredito.  

Mérito do comediante? Não. Demérito daqueles que o aplaudem.


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