Não queria escrever novamente sobre Danilo Gentili, mas uma
visita ao twitter do humorista me fez mudar de ideia. Ele compartilhou um vídeo
chamado “A História do Politicamente Correto” e, a seguir, reproduzo e explico
algumas passagens retiradas do vídeo.
“... os trabalhos de Horkheimer, Adorno, Fromm e
Marcuse foram lançados em seu primeiro produto tangível, a Teoria Crítica. (...)
a teoria é criticar, uma crítica destrutiva a cada instituição da sociedade
ocidental. Eles esperavam trazer aquela sociedade abaixo.”
Segundo o vídeo, os autores acima mencionados criaram uma teoria que visava a "destruição" através da crítica à sociedade ocidental.
“A Teoria Crítica é a base para estudos gays, estudos negros, estudos
feministas e vários outros departamentos encontrados nos campus universitários
hoje. Esses departamentos são as instalações do politicamente correto”.
De acordo com o vídeo, tal teoria é a base para as minorias "fantasiarem" o
politicamente correto.
“A escola de Frankfurt incorporou até mesmo o maior modismo do
politicamente correto, o ambientalismo, em seu marxismo cultural”.
Segundo o vídeo, discutir e debater sobre o meio ambiente é "modismo" do
politicamente correto.
“(...) quem poderia substituir a classe trabalhadora como agente da revolução?
Eles procuravam novos círculos eleitorais, seja os estudantes negros, mulheres,
gays, ou qualquer outra coisa que seja, e Marcuse tinha um marxismo fluente que
preenchia isso”.
Ainda de acordo com o vídeo, estudantes negros, gays,
mulheres ou qualquer outra minoria são "agentes da revolução esquerdista" que,
através da exigência de direitos e da crítica a quem os reprime, pretendem "arrasar a sociedade".
“Os trabalhadores não poderiam mais ter o papel hegemônico do marxismo
tradicional como era esperado, e esperava-se que estudantes, negros, mulheres e
outras minorias se reunissem”.
O vídeo ratifica a "união das minorias contra a sociedade".
“De
grande importância na injeção do trabalho da Escola de Frankfurt na rebelião
estudantil dos anos 60, foi o resgate de Marcuse da noção de Fromm de liberação
sexual. Marcuse, no intento, foi o
principal controvertido de ideias. Marcuse trabalhou em importante livro nos
anos 50 chamado Eros e Civilização, trabalho no qual tentava jogar Freud contra
a corrente e vinha com uma nova leitura utópica e radical da psicanálise, e
aquilo combinava com a noção browniana de vida contra a morte de grande impacto
na contracultura, enfatizando o elemento libido”.
Segundo o vídeo, a liberação sexual e a libido tornaram-se elementos
propulsores da rebelião das "minorias repressoras" (minorias repressoras!)
“Marcuse condenava toda restrição ao comportamento sexual, chamando de
“perversidade polimorfa””.
(O tom da frase é negativo).
“Ao usar camadas primitivas da psique humana, haveria potencial para
que o prazer e expressão sexual, não sendo mantidos organizados ou reprimidos
em noções de heterossexualidade, tivessem alguma capacidade para se tornar um
elemento de agitação”.
De acordo com o vídeo, a não imposição da heterossexualidade é um
elemento de "agitação" e consequente ruína. Prazer e expressão sexual são ideias "primitivas".
““Perversidade
polimorfa” ajudou a abrir caminhos para elementos do politicamente correto com
a liberação gay”.
O vídeo continua e afirma que a não restrição ao comportamento sexual estimula o
homossexual a exigir direitos (!!!), o que é um elemento "abominável" do politicamente
correto.
“De qualquer maneira, as pessoas sempre pensam em teorias complicadas
para, você sabe, fazer o que querem. As pessoas queriam fod*** muito nos anos
60 e Hebert Marcuse deu a elas a justificação intelectual de fazer muito sexo
com várias pessoas”.
Segundo o vídeo, Marcuse defendia "abjeta" ideia do sexo com várias pessoas e, como os indivíduos querem mesmo é foder,
passaram a aceitar suas teorias.
“Marcuse também é fonte de uma das mais conhecidas características do
movimento politicamente correto: a intolerância a cada ponto de vista
intolerante, exceto o seu próprio”.
De acordo com o vídeo, a minoria, ao criticar a intolerância do
outro, censura a "liberdade de repressão" e torna-se "intolerante".
“Marcuse argumentou que nossa livre sociedade americana era na verdade
uma decepção pois sua verdadeira tolerância era repressiva e argumentava a
favor de algo chamado “tolerância libertadora”.
O que ele queria dizer era que a “tolerância libertadora” é intolerância
pelas ideias e movimentos de direita e tolerância pelas ideias de esquerda”.
E, finalmente, o vídeo propaga que Marcuse dizia que a livre sociedade americana reprimia as
minorias. Mas, como reprimir minorias faz parte do conjunto de ideias e
movimentos de direita, não pode ser alvo de críticas. Sentir-se agredido por
uma ideia de direita que reprime alguma minoria é mera "intolerância" (!!!) e agitação
da esquerda "contra a sociedade".
A ideia central do vídeo é, portanto, destacar que ser
politicamente correto é um ato da esquerda - através da união das
minorias - "reprimir" as ideologias da direita e “trazer a sociedade abaixo”. Afinal, a direita, segundo o vídeo, defende a "liberdade de repressão", e aquele que se defende daquela repressão é um esquerdista nojento que simplesmente gosta de foder.
Mas, Gentili... ridicularizar minorias é, realmente, "apenas uma piada”? Pois, conforme o vídeo que você divulgou, é fácil concluir que, na verdade, é um meio em que você pratica a sua "liberdade de repressão".
(O vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=18NZZn00L-Q)