10/08/2017

O conto Nepomuceno

Era uma vez um Presidente que, ao final de 2014, assumiu uma grande empresa. Os índices de venda da linha do produto daquela companhia superaram os de seu maior rival e lideraram o mercado no ano. Ele, assim, manteve o Diretor A, experiente, com bom currículo e resultados, no comando.

O seu primeiro ano foi um pouco irregular. O produto precisava renovar funções e sofrer reajustes. Após altos e baixos, o resultado, ao final de 2015, deixou a empresa na vice liderança de vendas nacionais, dentre as 20 maiores.

Mas o presidente não estava satisfeito. As opiniões dos fãs da corporação, que eram completamente apaixonados por ela desde pequenos e sempre torciam com todo o fervor pelo seu sucesso, eram divididas. E, assim, o Presidente demitiu o Diretor A.

O Diretor B, com algum resultado no estrangeiro e poucos resultados regionais, era a aposta para 2016. E o Presidente resolveu arriscar. Os fãs, a princípio, queriam outro diretor. Porém, completamente apaixonados pela empresa, apoiaram e acreditaram no sucesso.

O Diretor B não conseguiu emplacar nas vendas e o produto – que ele teve tempo de montar - passou a ser questionado pelos fãs e pelo mercado. Após apenas cinco meses, pediu demissão.

O Presidente, então, contratou o Diretor C para que tentasse reparar o produto montado por B. Dessa vez, o novo Diretor tinha um currículo mais robusto e de recentes sucessos nacionais. Os fãs gostaram um pouco mais dessa escolha e, como sempre, torceram e acreditaram no sucesso.

O produto, com alguns reajustes, seguiu bem questionado pelo mercado e pelos fãs. Ao final do ano, após a vice liderança em uma linha importante e o quarto lugar nas vendas nacionais, o Diretor C foi demitido.

Com isso, o Diretor D foi contratado para o ano de 2017. O novo currículo não continha sucessos, contava apenas com opiniões favoráveis baseadas em suposições do mercado. E o Presidente resolveu arriscar pelo segundo ano seguido. Os fãs, que gostavam de se guiar pelas opiniões do mercado e movidos pela paixão, apoiaram a decisão e torceram, mais uma vez, pelo sucesso da empresa.

O Diretor D teve tempo na montagem do produto, assim como o Diretor B no ano anterior.

Após um razoável resultado regional, o produto seguiu bastante questionado: na linha importante, conquistou uma pequena vantagem; um resultado ruim sul americano carregava reais possibilidades de reversão; já na disputa nacional, o produto apresentava falhas importantes e os fãs já não aceitavam.

O Presidente, pouco antes das decisões que iriam sacramentar os resultados momentâneos na linha nacional e sul americana, demitiu o Diretor D.

O Diretor E, então, foi contratado para aprimorar o produto montado por D. Ele comandaria a empresa nas decisões que definiriam o ano. Mas o seu currículo praticamente inexistia. 

Os fãs estavam muito irritados.

O final da história aconteceu em 09 de agosto de 2017.


The End.

Nenhum comentário: