16/01/2018

Sobre o caso Woody Allen

Sobre o caso Woody Allen, já li algumas vezes que Dylan foi influenciada por sua mãe, Mia Farrow - a ex-esposa "raivosa" e "traída" - a mentir. Argumentos tipicamente misóginos. Resolvi, então, pesquisar sobre o assunto, uma vez que muita gente tem certeza que a única coisa que existe contra o diretor é o relato da vítima - como se não bastasse.

Encontrei um artigo que resume o caso:

1. Mia nunca procurou diretamente a polícia. Foi orientada por seu advogado a levar a filha até o pediatra, que escutou Dylan e procurou a polícia;

2. Devido ao seu comportamento inadequado em relação à Dylan, Allen procurou terapia com um psicólogo antes que a acusação de abuso fosse apresentada às autoridades;

3. Allen não fez o polígrafo da polícia e sim um polígrafo contratado por sua equipe - não admitido como prova;

4. Allen perdeu uma ação judicial, uma acusação disciplinar contra o promotor e dois recursos - e teve que pagar mais de US $ 1 milhão em taxas legais para Mia. O juiz da ação de custódia dele contra Mia concluiu que "não há provas admissíveis para sustentar a afirmação de Mr. Allen de que a Sra. Farrow treinou Dylan ou que a Sra. Farrow atuasse sobre um desejo de vingança contra ele por seduzir Soon-Yi”;

5. O mesmo juiz escreveu que o comportamento de Allen em relação à Dylan era “grosseiramente inadequado e que medidas devem ser tomadas para protegê-la";

6. As alegações de Dylan são consistentes com o testemunho de TRÊS ADULTOS presentes no dia. Uma babá de um amigo testemunhou que Allen e Dylan sumiram de 15 a 20 minutos enquanto ela estava na casa. Outra babá também testemunhou que viu Allen com a cabeça no colo de Dylan, de frente para o corpo dela, enquanto a criança estava sentada no sofá olhando fixamente para a tv. E uma tutora francesa testemunhou que Dylan não estava usando calcinha no dia;

7. A clínica do hospital de Yale - sempre citada pelos advogados de Allen - que concluiu que Dylan não foi molestada, não foi considerada confiável pela polícia, pelo juiz ou pelo promotor que a contratou. A equipe da clínica foi composta por 2 assistentes sociais e um pediatra, que assinou o relatório. O pediatra NUNCA VIU Dylan ou Mia Farrow. Nenhum psicólogo ou psiquiatra participou da análise. Os assistentes sociais nunca testemunharam. Todas as notas do relatório foram destruídas, sua confidencialidade violada e Allen fez uma coletiva de imprensa para anunciar os resultados. O relatório concluiu que Dylan não sabia distinguir a fantasia da realidade. O médico depois recuou de suas afirmações;

8. Allen mudou a sua versão sobre o sótão, lugar onde Dylan disse que ocorreu o abuso. Primeiro ele disse que nunca esteve lá. Mas depois, quando um fio de seu cabelo foi encontrado em uma pintura no sótão, ele admitiu que poderia ter ido lá uma ou duas vezes;

9. O advogado do estado disse publicamente que tinha indícios suficientes para denunciar Allen, mas recusou devido à fragilidade da criança. Disse que não queria expor Dylan a um julgamento exaustivo.


Encontrei também um artigo que deixa claro que:

1. As acusações de abuso sexual não aconteceram em meio a uma batalha de custódia;

2. O testemunho de Dylan não foi inconsistente. Quando um médico perguntou onde o seu pai a havia tocado, Dylan respondeu que foi no ombro. Depois, no mesmo dia, ela disse para Mia que ficou envergonhada de falar sobre suas partes privadas. Após essa visita no primeiro médico, a sua história permaneceu consistente, detalhada e específica;

3. Uma babá contratada por Allen afirmou que foi pressionada por Mia a sustentar as acusações de abuso sexual. Ela disse que outra babá, Kristie Groteke, falou que Dylan não ficou fora de sua visão por mais do que cinco minutos. Porém, a própria Groteke testemunhou que perdeu Dylan de vista de 15 a 20 minutos.


Os artigos:

https://www.vanityfair.com/news/2014/02/woody-allen-sex-abuse-10-facts


Nenhum comentário: