08/11/2010

A real democracia revela o legítimo opressor

“Liberdade, Igualdade e fraternidade”.

A origem da atual sociedade, a capitalista, baseou-se na frase acima. Revolucionários pregavam a liberdade no sentido amplo, defendiam uma sociedade liberta da miséria, da fome e do subemprego. Afirmavam que todos eram iguais e que a fraternidade expressava-se no respeito à dignidade de todos os homens, sem distinção. Negavam o egoísmo. O lema era “cada um por todos e todos por um”.

Naquela época, o poder estava nas mãos de poucos, que dominavam o restante considerado, por eles, inferior. A hereditariedade ditava as regras. A religião imperava e aproveitava-se da crença do povo para obter poder.

Os trabalhadores não podiam votar. Viviam em péssimas condições. Os burgueses desejavam a democracia, queriam direitos iguais.

Até que o lema democrático venceu. Os burgueses tomaram o poder. O capitalismo imperou.

Diante da "xenofobia" descarada e orgulhosa que atualmente escancara-se - que na verdade é o ódio ao pobre e não exatamente uma xenofobia - oportuno destacar que a causa da aversão, do preconceito, enfim, deste absurdo, foi previsto por um dos maiores filósofos de nossa história: Karl Marx.

Segundo Marx, o capitalismo é representado por um Estado que serve de instrumento para a classe dominante - detentora do capital - oprimir a outra classe. Para ele, no capitalismo, a política protege somente os interesses da burguesia. O restante é considerado um grupo inferior que não merece a atenção do Estado.

Os revolucionários que lutaram por uma sociedade melhor, mais justa, hoje estariam perplexos ao ver razão nas palavras de Marx. O capitalismo representa a mesma injustiça do senhor feudal.

O ciclo vicioso da tirania está sendo quebrado pelo atual governo.

Agora, no Brasil, a classe oprimida possui alternativas. Para “qualquer um” há a possibilidade de crescimento. O Estado mudou. É comandado por um oprimido. Sempre subjugado e discriminado, ele desatou as amarras do opressor. Ainda motivo de chacota para alguns, ele sorri diante da ignorância daqueles que se dizem melhores e que, orgulhosos, embebedam-se da prepotência, da falta de argumentos e do rancor.

Importante ressaltar as palavras de Max Weber, que ampliou o pensamento de Marx ao estudar os estamentos. Segundo ele, o status é uma qualificação em função de honras sociais. Ou seja, o trabalhador que nasceu humilde, e que, com seu suor, conseguiu maior capital, é ainda assim rejeitado pelos grupos pré-estabelecidos. E o burguês falido, de família socialmente reconhecida, continua a ser respeitado em seu meio. A eficácia da velha hereditariedade é notória.

A classe opressora não engole tamanho disparate, afinal, somente ela deve beneficiar-se do Estado. A outra classe não pode se favorecer: isso atingiria um dos princípios básicos do capitalismo. Ora! O capitalismo não dá oportunidade a todos! É um equívoco absurdo o Estado promover melhoras aos oprimidos, afinal, eles são oprimidos! Os opressores são a voz do Estado, que deve ser comandado pela minoria e para ela.

A classe média, principalmente, não admite que milhões de “operários” subam à classe que pertence a ela. Sente-se encurralada. Diminuída. Ela não quer assemelhar-se ao humilde. Não suporta ser comparada ao “baixo” trabalhador. O motivo da soberba, o status, está ameaçado. Nada mais humilhante.

A classe opressora não admite que os oprimidos sejam capazes. O burguês de hoje despreza o voto dos pobres. Não se conforma com uma política para todos. Ele quer usufruir do domínio, do poder. Quer se gabar. Quer acreditar que são “seres“ elevados. Desesperadamente, saem aos berros proclamando superioridade. Defendem a hereditariedade do capital!

O egoísmo faz-se presente de forma grosseira.

A pura e envelhecida disputa entre classes ocasiona uma série de preconceitos e discriminações.

Movimentos separatistas, sem o menor pudor, surgem e divulgam o ódio. Como o necessitado de hoje possui poderes iguais e finalmente está consciente de sua força, uma minoria hipócrita rebela.-se Sente-se órfã do Estado que agora cuida de todos os filhos.

Curiosa contradição é nítida no separatista. Ele vota no neoliberal, naquele que prega o Estado mínimo. Mas o Estado que ele almeja é o mínimo ou o desigual? Afinal, historicamente, o governo por eles defendido favoreceu as classes opressoras.  

A verdadeira face do capitalismo é divergente do que pregavam os revolucionários. É tudo aquilo que repudiavam. Tudo o que combatiam.

O neoliberal busca o clero para ludibriar o povo. A artimanha de séculos atrás se fez presente. Quiseram aproveitar-se da crença da população. Tamanho retrocesso é infame. O desrespeito com a população, sem limites.

O capitalismo corrompido, para desespero de uma minoria egoísta, é afetado.

Mas a revolução democrática ainda está no começo.

Os combatentes precisam unir-se. Pregar a legítima fraternidade. A legítima igualdade. A legítima liberdade.

O fundamental respeito!

E, como nunca, condenar o egoísmo impregnado na sociedade.

2 comentários:

José Mateus disse...

Muito boa interpretação historica - social. É valido ressaltar o papel importante do Serra e do PIG para apresentar o capitalismo em sua forma mais in natura possivel. Otimo trabalho pode continuar contando comigo! Bju

Unknown disse...

Menina,
Vc escreve bem...
Gostei do escreveu e seu texto fala de um ciclo que historicamente acontece em todo mundo...
Mas aprendi uma coisa nessa vida... Que aonde tiver um prato de comida teve oprimidos para colocar esse prato lá... Distribuição de renda perfeita nunca vai existir mas é lindo ver o nordeste evoluindo e triter ver São Paulo se retraindo por ideologias e xonofobias...
Amo LULA, mas acho que a DILMA será mais Social do que ele ...
Amo o Brasil...
E olha conheço ele muito bem...
Bjs e te bloguei em meu BLOG...